25 de janeiro de 2008

passaram o vovô pra trás
beberam a cachaça que
não vem do ribeirão

cantaram quem não
está na passarela
não giraram a manivela

não cantaram a canção
que eu fiz pra ela
passei correndo e nem
vi o coração dela

mas o importante é que se
repete quase sempre

18 de janeiro de 2008

um i verso

Roda é liberdade
infinita frente
verso que a vida
transversa lucida
teima em ser do um-e-verso

um e verso
dois e mundo
um e mundo
dois e verso
universo
desmudos
um imundo
dois inversos
sujo em mundo
dor e verso
surge o mundo
doce verso
um inverso
deste o mundo
muda o mundo
mundo - o verso.

13 de janeiro de 2008

da pequena dor dos desiludidos de amor

e dessa chuva apoucada
acompanhando o pranto
fez-se o homem sozinho
sem riso sem cor
sem chuva sem nada
dando o tom da sua
vida acizentada
viva e versos multicores
silenciados, apequenados...

...

nós não controlamos
a infinitude,
a infinitude
dos laços da vida

e ficamos humanos,
exaustos
esperando que só
no céu brilhe outra
luz...

(12/2007)

7 de janeiro de 2008

Ressucinascendo

Ando estranhando o andar da vida
que de vez em quando me desfaço dela
assim, alguns minutos deixo-a, quieta,
mansa, e me mudo pr'um mundo
irreconhecível a mim mesmo.
nesses momentos resguardo-me.
não findo, apenas aquieto-a. como se
guarda um livro velho que perdeu
seu uso.

Como se, de repente, observássemos
a vida como espectadores, oniscientes
como se o corpo fizesse uma viagem
desprendida do invólucro material,
efêmero, temporal, e trangredisse
a linha tênue de separação da
sua força interna.

Desmaterialize-se em silêncio. Viva.
Ressucinascendo.

3 de janeiro de 2008

poemeu p'ra Ela

risco o céu com a
ponta de um giz numa nuvem...

foi teu nome em poesia que eu fiz

pra te acompanhar,
e ao olhar pra

cima, o teu sorriso
[tenho certo]
perfumará
a
r i m a
o
m
a

1 de janeiro de 2008

your face is a mess

o ano passou e nenhuma estrela no céu apareceu
o ano começa e a lua continua a mesma
provavelmente as dores estarão no mesmo
lugar, e os amores continuarão batendo no
peito com a mesma força. E que escolha temos?
essa é a força da vida, o ano passa, a boca bebe,
saliva lascívia, desejo, medo, desdém, ódio,
os olhos continuam vendo a mesma dor,
o mesmo cinismo e talvez a mesma sinceridade
do sorriso escondido por cima das estrelas
e nós viveremos nossa vida de gente mais
trezentos e sessenta e cinco dias.