19 de abril de 2007

à elas

mulher:
acalenta, acalma,
aquece minh'alma
sossega, transborda,
ri e chora

mulher:
deixe-me deitar
em teu colo
repousar-me
em ti

mulher:
liberta de mim
essa felicidade
esse transbordamento
........................................de carícias

faça de mim mulher,
objeto do teu amor
objeto do teu fervor
afasta-me o terror e as trevas

deixe-me apenas com seus perfumes
e seus olhares cativantes
e me encha alma d'um tal amor
raro..............................e..............................distante...

10 de abril de 2007

dos ventos

O mundo está se encurtando
dá pra ver?
Estamos tão juntos - irmãos, quiçá
e o futuro no ar
Sente-o?

Ventos de mudança que vem de lá...

Traga-me o momento mágico,
perdido na noite,
no coração e nos sonhos das crianças
crianças que virão no amanhã...

nos ventos de mudança que vem de lá...

e esses ventos vem junto
junto com o tempo
como um furacão que perdurará
o toque que libertará
a paz de espírito

e tudo mais que a poesia disser...

vês que as praças gritam
os soldados passam em música
as crianças que brincam
na noite de verão

e tudo mais que tu, criança, quiser...

com seus sorriso livre e
seu corpo puro
a vista de que vem o vento
vem o que vento dessa tal mudança
andança,
vês na face feliz e no vir-a-ser?

traga no vento a mudança por ti

Vente-se. E ouça o farfalhar
- ele já vem vindo... -

8 de abril de 2007

olhar

olhe pra mim:
diga-me, o que vês?

mostro aquilo sou?
sou aquilo que pensas?

abriram-se suficientemente
os olhos, os olhos estão
abertos?

consegue me enxergar?
ou vê só o que quero mostrar?

deitarei em ti, dormirei
fecharei meus olhos
esconderei os tormentos,
embora a dor, irás

iras e rancores ficarão p'ra lá
e eu hei de ficar com meu amor
pro lado de cá...

1 de abril de 2007

passam na caixa cinza
sangue por dentro do ferro
caixa fechada
coberta de lágrimas [lacrada com lágrimas]
choram crianças sem saber
- pais e mães mortos -
que é que se vai dizer?

conviva-se, então, com as tragédias
televisionadas
as mães enquadradas com suas dores
escancaradas
arrancam-se filhos num dia,
e os pais se vão no outro...

até quando chorá-lo-emos
até quando?
quantos pais e mães sofrerão?
quantas crianças - sem eles -
ainda hão de haver?
quantos lutos, quantos hélios,
quantas rosas, quantas mortes,
quantos adeuses ainda veremos,
meu Deus?


me resta, como disse o poeta
a esperança de que meus
dessemelhantes possam
- um dia, se espera... -
aprender.

e resgatar aquele
sentimento que foi
perdido
do lado de lá...