18 de fevereiro de 2007

do carnaval

no mangue daquela carne
o homem encontra o charque
agarra e vem com fome
sacia-corre-pega e some.

pega-some
saciafome-some
some o amor some a dor
no segundo grudado
no calor, no calor.

e pulam-se, gritam-se, riam-se
e beijam-se denovo
e saciam-se
enchem suas bocas vazias
com outras cheias de nada

"eles apenas vivem o momento,
camarada."

peguem mais, peguem mais
essa energia contagia,
escondam-se na efeméride
a que chamam,
por seis dias,
de reino da alegria.

4 comentários:

Anônimo disse...

Santo carnaval...
Pegue-as, chupe-as, use-as
e elas rirão de seus sexos de aluguel
porque é carnaval
e no carnaval somos todos calhordas do axé
e requebramos nossas bundas gordas em homenagem ao bagaço que é estar só
e mendigamos a presença de qualquer um
mesmo que se esfregue, calado, e vá
mesmo que depois do carnaval
só nos reste a alma vazia e o axé
que tocará todos os dias do ano
como se o carnaval fosse uma maldição
e o batuque bom afogado em letras imbecis, sua sentença.

Anônimo disse...

Fique à vontade para publicá-la, tá?
fiz na hora que fui comentar...
beijo.

Su disse...

As máscaras duram uma vida toda.
Adorei, Pedro.
Beijo.

Unknown disse...

Caramba, a Lyla arrasou.
Quem me dera ter sido filho meu. Um filho bom que o carnaval gerou.