29 de outubro de 2009

mais

gotas de chuva caem do céu
nublado pálido escuro
e o cheiro de sabão das
roupas lavadas emerge como
principal aroma nessa
terra de calor incurável.

eu deito sobre a minha
cama e de repente sinto
o cheiro, os cheiros,
e imito, limito(-me) pois espero
em silêncio, pois penso e
carrego meu pensamento

de um querer que
anda não cabendo
em mim.

de perto

E foi assim
De repente o sim
Quando eu me vi

Já estava indo em
direção à tua boca,

meus braços já te
enlaçavam, meu
olhar deslumbrado

contemplava assim,
simplesmente, aquele
teu olhar assustado,


esse teu corpo
e o teu coração
num disparo silencioso
ao meu lado.

E de repente assim,
veio um sim, um descuido
Um acidente, uma raridade
Um beijo e um enlace

Já sem fim, em mim...

14 de outubro de 2009

sobre o silêncio

que é que eu vou dizer pra ti,
que é que vou guardar pra mim
que tipo de palavra queres?
que tipo de palavra devo?

silêncio é uma palavra escrita,
que acompanha a mudez,
mas o silêncio é mais que calar-se
silêncio é olhar para si,

é ter uma imensidão de palavras
por dentro que seu corpo inteiro
cala, num tentar conter-se
em tempestade, como um sol dentro de si...